OS MISTÉRIOS DA VILA DE PARANAPIACABA



 


Vila de Paranapiacaba

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O vilarejo de Paranapicaba [Coordenadas GPS: Latitude / Longitude: 23°46'43.2"S 46°18'07.5"W] fica situano na ponta da Serra do Mar, pertencente ao município de Santo André no Estado de São Paulo.
Foi lá a base para a construção da primeira ferrovia do Estado de São Paulo, a São Paulo Railway.
Construída por ingleses, entrou em operação em 16 de Fevereiro de 1867.

Do alto da vila é visto um grande e belo casarão, também antigo do século XIX, hoje transformado em museu, onde residia o Engenheiro chefe responsável pelas obras da ferrovia nos tempos de sua construção, e de onde é avistada grande parte das casas e das oficinas de trens, quando funcionavam para manter em ordem as composições ferroviárias que circulavam entre Santos e a Estação da Luz na cidade de São Paulo

Por si só, Paranapiacaba já é um local com visual místico e misterioso, com suas casas antigasde madeira da época dos ingleses, com um cemitério também antigo com ar londrino, muita vegetação, e com a neblina que cobre o local nos finais de tarde, cobre a vila com ar mais misterioso ainda, deixando a imaginação das pessoas viajarem para épocas passadas distantes, dando um frio na espinha, quando ainda ficam sabendo das histórias assustadoras de vultos, fantasmas e acontecimentos sobrenaturais que acontecem naquela região, estando algumas "lendas" ou não listadas a seguir:

A LENDA DO VÉU DA NOIVA EM PARANAPIACABA:

Difícil observar a densa neblina pairando sobre a vila sem se perguntar de onde ela vem.
Surgindo e tomando conta de toda a vila, um ar que chega a dar arrepios, quase como se quisesse nos amedrontar.
Quando os visitantes da Vila de Paranapiacaba observam a densa neblina chegando, ficam muitas vezes questionando de onde ela vem e porque é tão espessa.

No entanto eles nem imaginam que por trás desse véu branco que cobre toda a região há uma triste lenda (ou não).
Uma das lendas mais conhecidas pelos moradores, narra a trágica história de uma moça, filha do engenheiro chefe, que se apaixonou por um dos seus operários da ferrovia, mas que foi impedida de realizar sua cerimônia de casamento.
Mesmo após a moça, filha do Engenheiro Chefe manter um relacionamento oculto do conhecimento do seu pai, o qual era contra, pois o rapaz era uma pessoa simples e sem recursos financeiros, destoando do nível social de sua filha, eles marcaram o casamento na igreja de Paranapiacaba.

Chegou o dia e estava tudo pronto para o casamento, incluindo um belo vestido vindo da Capital com um véu tão longo que mal caberia no salão da igreja.
Mas o pai da noiva, descobrindo o casamento devido à informações transmitidas por um de seus funcionários, ficou enfurecido, e ordenou que o noivo, também um de seus funcionários, fosse trancado em um vagão de trem e enviado para baixada santista, impedido desta forma de comparecer à sua própria cerimônia de casamento.

A noiva por sua vez ficou desesperada por descobrir que seu pai mandou seu noivo serra abaixo.
Transtornada e profundamente triste e revoltada com a situação, largou tudo e correu atrás do seu amor, descendo pelo caminho dos trilhos, aos prantos, tropeçando, caindo várias vezes e ao continuar sua descida, chega ao meio da primeira ponte ferroviária que atravessava parte do vale da serra do mar.
Na ponte, já cansada e em prantos, se desequilibra e despenca do alto para o abismo que havia abaixo, naturalmente morrendo de forma fatal.

Então dia a lenda, que embora tivessem feito várias buscas, de forma misteriosa seu corpo nunca foi encontrado.
Desde então dizem que a densa neblina que invade a Vila de Paranapiacaba, principalmente no final das tardes e à noite, seria até hoje sua alma com seu lindo véu esvoaçante abrangendo toda a região da Vila em busca do seu noivo, o qual ela era profundamente apaixonada, mas que nunca conseguiu ficar definitivamente ao seu lado como sua esposa.


A LENDA DO VIGIA NOTURNO DE PARANAPIACABA:

Um dos acontecimentos sobrenaturais de Paranapiacaba é contado pelos antigos moradores local sobre um vigia noturno que trabalhava na Vila em uma época muito antiga.
Naquela época havia um vigia que era encarregado de verificar casa por casa, batendo três vezes em cada porta, sendo que se estivesse tudo bem, era só algum morador bater de volta também três vezes na porta pelo lado de dentro e o vigia iria embora seguindo com sua ronda noturna.
Caso contrário o vigia poderia entrar na casa para saber o que estaria acontecendo de errado.

Então em uma noite escura e de densa neblina, nenhum dos moradores ouviu as três costumeiras batidas na porta que o vigia costumava fazer.
Estranhando o fato, logo no amanhecer foram verificar o porque do vigia não ter passado como era de costume, e descobriram de forma assustadora que ele fora assassinado não havendo pistas e nem motivos aparentes para sobre o crime.
Dizem então os moradores antigos que um dia depois de sua morte, todos os moradores ouviram as três batidas nas portas de suas casas como de costume, então responderam com três batidas na porta para confirmar que estavam bem, achando que o vigia noturno havia sido substituído.
O que deixou os moradores da Via completamente assustados, é que nunca houve um vigia substituto, então nunca souberam "quem" é que havia batido em suas portas após a morte do antigo vigia.
Uma dúvida é: quem teria coragem de não responder às três batidas na porta para ver quem entraria na casa para ver se estava tudo bem?


O BALANÇO ASSOMBRADO DE PARANAPIACABA:

Em um pequeno parquinho infantil na Vila de Paranapiacaba, um mistério existe e intriga moradores e visitantes.
Existem no local quatro balanços para as crianças brincarem, só que misteriosamente somente um dos banlanços do local, mesmo sem a incidência de vento, se movimenta, balançando de um lado para o outro.
Dizem os moradores que há várias décadas, que esse parquinho que fica ao lado do famoso Clube União Lyra Serrano, foi cenário de mais uma lenda, viva até hoje.

Em uma das casas de frente a esse parquinho, morava uma família inglesa com três integrantes: pai, mãe e filha.
Em um dia comum, a vila estava envolta com a famosa e espessa neblina que baixa no local repentinamente, então a pequena menina atenta, observava pela janela os balanços do parquinho.
Inquieta perguntava para a mãe se poderia brincar lá fora.
Sua mãe estranhou a pergunta, pois estava muita neblina e ainda assim, a menina queria sair para brincar.

Mesmo sabendo que a resposta da mãe seria não, a menina insistia, quase chorando, dizia que seu amiguinho estava chamando lá de fora.
Sua mãe decidiu ir até o parquinho para então conversar com o tal amiguinho.
Ela procurou, andou pelo parquinho mas não avistou ninguém, mas em meio a neblina, sua filha apontou para um dos balanços em movimento e disse: "ele está ali mamãe!".

No entanto ela não via ninguém.
E mesmo sem ninguém, o balanço verde, balançava sem vento forte e ninguém por perto.
Com medo e assustada, sem saber o que fazer, a mãe pegou a filha e a levou para casa.
Fechou as janelas e ficaram ali, muito assustadas.
Depois de alguns anos, a família se mudou e a menina não pôde brincar com seu amiguinho, o qual a espera até hoje, solitário em seu Balanço na Vila de Paranapiacaba.

Muitos já observaram esse balanço se movimentando de um lado para o outro, enquanto os outros três ficam parados.
Seria o garotinho visto pela filha da família brincando e aguardando por sua amiguinha que nunca foi fazer companhia para ele?

Abaixo está o parquinho infantil com os quatro balanços, o qual existe até os dias de hoje:

 

O FANTASMA DO CASTELINHO DE PARANAPIACABA:


Castelinho de Paranapiacaba [Atual Museu]

Outro local da Vila de Paranapiacaba que contém acontecimentos assustadores, é o castelinho, onde o Engenheiro chefe da Ferrovia residia com sua família na época da construção da via férrea e transformado em museu.
Moradores da Vila e até turistas que visitam o local afirmam ter ouvido sons e vultos ao passear pelo Museu Castelinho pelo lado de fora próximo a um cômodo específico em frente a escada principal.
Os barulhos relatados sempre sendo de um tipo de bola pequena batendo no chão e na parede como se uma criança estivesse brincando, passos de uma pessoa andando e acompanhando quem fica ao lado do cômodo e as vezes até vozes do outro lado da parede.

Normalmente os relatos são de moradores ou turistas passeando pelo museu sozinhos ou acompanhados por uma ou duas pessoas.
Outro fato assustador é que moradores e visitantes que passam na rua em frente ao portão principal do Museu, avistam um vulto de um homem próximo ao portão do lado de dentro, aparentemente vestindo um terno antigo e chapéu.

Dizem que esse vulto é do fantasma do Engenheiro Chefe, que permanece no prédio do Museu, onde ele residiu já há muito tempo com sua família.

 

O FANTASMA DA DAMA DO CLUBE LIRA DE PARANAPIACABA:

o Clube União Lira Serrano de Paranapiacaba foi palco de bailes e recepções a barões do café que paravam em Paranapiacaba quando viajavam do interior de São Paulo para Santos através da Ferrovia, fazendo uma parada obrigatória na Vila, para aproveitar junto aos momentos de desanso, também diversão.
Dizem os moradores antigos, que quando em atividade, aos finais de grandes bailes e com o Lyra totalmente vazio e trancado, vigias noturnos teriam visto em várias noites pelas grandes janelas uma mulher dançando sozinha no palco do salão vazio.
Em alguns dias, vigias tinham que dormir lá dentro do clube, e ao acordar no meio da madrugada, as vezes para ir ao banheiro ou mesmo para uma breve ronda, observavam que em uma das salas, a imagem de uma dama sumia do quadro.

E sempre que desciam ao salão principal, viam vultos claros e suaves se escondendo entre as grossas cortinas de veludo.
Assustados e não entendendo o que viam, os vigias se assustavam ainda mais quando observavam que a dama voltara ao quadro antes vazio.
Até nos dias atuais, dizem alguns, que observando-se as do lado de fora das janelas do clube durante altas horas da noite, principalmente com quando a densa névoa cai sobre o vilarejo, vêem um vulto com silhueta feminina se deslocando pelas dependências do clube.
Durante visitas monitoradas à noite, os visitantes são convidados à darem uma olhada pelas janelas para, quem sabe, poderem capturar o momento que o misterioso vulto da Dama do Clube Lira aparecerá passeando ou mesmo dançando em seu interior.

 

O TREM FANTASMA DE PARANAPIACABA:

Durante a construção da Ferrovia na Serra do Mar, muitos acidentes aconteceram, tirando a vida de muitos empregados que realizavam os serviços de implantação e obras nesse linha.
Também, mesmo após o início das atividades ferroviárias, com os trens "Marias Fumaça" em operação, muitos acidentes ocorreram matando diversas pessoas.

Devido à estes fatos terríveis, antigos moradores e até antigos trabalhadores da ferrovia contam que, à noite, dá para ouvir sons e sentir um “deslocamento de ar” em alguns túneis, causados pelas “almas” de trabalhadores e passageiros que foram envolvidos em acidentes de trens ocorridos em Paranapiacaba na construção da ferrovia.
Alguns relatam que ouvem os gemidos dos funcionários que morreram durante a construção da ferrovia, vultos e que sempre havia um trecho onde as máquinas teimavam em “quebrar” ou parar sozinhas de forma misteriosa.

Hoje esse trecho, conhecido como linha velha, é particular e tem seu acesso proibido, pois existem muitos locais perigosos, como pontes com estruturas já corroídas pelo tempo, e mesmo sem proteções laterais, podendo provocar a queda de pessoas que queiram se aventurar por esses locais.
Mas mesmo com essa proíbição de acesso, e se arriscando ser pegos pelos seguranças que cuidam do local, ainda existem pessoas que insistem em invadir o trecho antigo de descida, atravessando as pontes antigas e túneis desativados para conhecer a história e verificar se conseguem ver de perto esses acontecimentos sobrenaturais.


OS FANTASMAS DO PAU DA MISSA DE PARAPIACABA:

Há muito anos, quando os ingleses viviam na vila de Paranapiacaba, eram de maioria religiosa protestante e anglicana.
Padres da Igreja Católica do Senhor Bom Jesus de Paranapiacaba (na Parte Alta) para anunciar cerimônias, procissões, missas de sétimo dia e cortejos fúnebres aos moradores católicos da parte baixa, pregavam anúncios em uma árvore conhecida como o Pau da Missa.
O costume continua até hoje na mesma árvore, embora boa parte dos moradores tenham adotado outra religião.
Reza a lenda que todo aquele que à meia-noite de uma sexta-feira 13 bater 3 vezes nessa árvore (TOC… TOC… TOC…), será sussurrado em seu ouvido um dos maiores segredos da vila.
Quem gostaria de saber esse segredo?
Que segredo seria esse?
Ou melhor, teria coragem de dar os 3 tocs nessa árvore e ter um fantasma sussurrando em seu ouvido?

Local do "Pau da Missa na Vila de Paranapiacaba":

 

O VAGÃO FUNERÁRIO DE PARANAPIACABA:

Nos remotos tempos que remontam a passagem do século XIX para o século XX, o transporte em geral no Brasil era muito precário, sendo a ferrovia um sistema inovador e revolucionário para a época, sendo o principal meio de deslocamento de pessoas e cargas entre as diversas cidades do Estado de São Paulo.

Devido à sua eficiência, naquela época de ouro da ferrovia, para ampliar sua abrangência de atuação nos transportes, foi criado um novo serviço para atender as famílias daquelas pessoas que perderam seus entes queridos e necessitavam transportá-los para outra localidade.
Foi então criado pela São Paulo RaiilWay (SPR), empresa que havia construído a ferrovia entre São Paulo e Santos e era controladora dos serviços no final do século XIX e começo do século XX, o "Vagão Funerário".

O vagão funerário era um vagão de madeira que foi reformado, dividindo sua área interna em duas partes, sendo uma para o transporte dos familiares do morto, e a outra parte para transportar o caixão com o corpo do falecido sobre uma mesa com velas em suas pontas, aproveitando dessa forma o trajeto para, ao mesmo tempo levar o corpo do morto para outra cidade e também para se realizar o velório durante a viagem.

No link abaixo está o artigo completo sobre "O Vagão Funerário de Paranapiacaba":

- http://www.alemdaimaginacao.com/Noticias/o_vagao_funerario_de_paranapiacaba.html

Dizem os moradores e os funcionários do museu ferroviário, que algumas pessoas já visualizaram vultos se deslocando no interior do antigo vagão funerário, sendo que outros já sentiram uma presença muito forte no local e acabaram desmaiando.
Quem deseja fazer uma visita para conhecer o famoso Vagão Funerário de Paranapiacaba e verificar pessoalmente se essas histórias são somente lenda, ou se são casos veríficos?
Para tanto, é só ir até o local e verificar com os cabelos em pé!

 

 

 

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